Incomodado com o uso político da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa pelo presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, o governo Luiz Inácio Lula da Silva reiterou ontem sua advertência para que Zelaya pare com a divulgação de comunicados e declarações proselitistas enquanto estiver abrigado na missão do País. A posição brasileira foi expressa pelo diplomata Lineu Pupo de Paula a Zelaya assim que ingressou no prédio para substituir o encarregado de negócios Francisco Catunda Resende. A advertência foi feita um dia depois de Zelaya ter distribuído um comunicado incitando "à desobediência civil contra a ditadura". Pupo também afirmou ao Estado que ordenou aos seguidores de Zelaya na embaixada a parar de insultar as forças militares que cercam o prédio.
A crise hondurenha recrudesceu desde que Zelaya, há sete dias, abrigou-se na missão diplomática brasileira e, de lá, passou a conclamar seus seguidores à "resistência" e à mobilização até a "queda dos usurpadores". Ontem, apesar das barreiras do Exército, 2 mil manifestantes protestaram em apoio ao líder deposto.
Ciente das ações de Zelaya, o Brasil enfrenta o constrangimento de ser acusado pelo governo de facto de Honduras de ter permitido a transformação de sua embaixada em uma "plataforma política da insurreição". Pupo ressaltou que a embaixada continua sob o comando brasileiro, apesar de os hondurenhos se encarregarem da segurança de Zelaya e da limpeza do local. "Ando por onde quero, quando quero, e mantenho trancadas as salas de comunicação, de documentos e a que ocupo", afirmou.
Na Venezuela, onde participa da Cúpula dos Países da América do Sul e África, o presidente Lula foi questionado sobre a situação, mas não quis fazer comentários. Ontem, o presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, sugeriu que poderia suspender a ordem de prisão contra Zelaya se ele sair da embaixada na condição de asilado político. "(Ele poderia sair) como asilado político ou respeitando as cortes", afirmou à "Associated Press", em referência aos 18 processos que o líder deposto responde na Justiça.
Zelaya já havia afirmado anteriormente que não pedirá asilo político e mantém sua determinação de ser restituído à Presidência, apoiado por movimentos de "resistência" e por grande parte da comunidade internacional. O governo de facto está convencido de que o líder hondurenho tem de ser submetido à Justiça e, com base na Constituição, nunca mais poderá voltar a seu posto.
Dura na condenação ao golpe de Estado de 28 de junho, a comunidade internacional tentou isolar Honduras, sem resultados. Há três meses no poder, o governo de facto resiste às pressões e retaliações de países e de organismos internacionais. Com as eleições agendadas para 29 de novembro, Micheletti espera obter o reconhecimento internacional da votação e manter-se no cargo até a posse do novo presidente, em janeiro.
A semana foi marcada por idas e vindas na tentativa de diálogo. Na quarta-feira, o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter conseguiu de Micheletti o compromisso de receber o presidente da Costa Rica, Oscar Árias, e o vice-presidente do Panamá, Juan Carlos Varela. A outra tentativa partiu de quatro dos seis candidatos à Presidência, todos coniventes com o golpe de Estado e agora ansiosos em garantir a legitimidade da votação de novembro. Na quinta-feira, eles conseguiram de Micheletti o compromisso de diálogo com Zelaya. No dia seguinte, porém, Micheletti desistiu das duas propostas. A jornalistas brasileiros, condicionou sua renúncia à desistência de Zelaya de voltar ao poder
A crise hondurenha recrudesceu desde que Zelaya, há sete dias, abrigou-se na missão diplomática brasileira e, de lá, passou a conclamar seus seguidores à "resistência" e à mobilização até a "queda dos usurpadores". Ontem, apesar das barreiras do Exército, 2 mil manifestantes protestaram em apoio ao líder deposto.
Ciente das ações de Zelaya, o Brasil enfrenta o constrangimento de ser acusado pelo governo de facto de Honduras de ter permitido a transformação de sua embaixada em uma "plataforma política da insurreição". Pupo ressaltou que a embaixada continua sob o comando brasileiro, apesar de os hondurenhos se encarregarem da segurança de Zelaya e da limpeza do local. "Ando por onde quero, quando quero, e mantenho trancadas as salas de comunicação, de documentos e a que ocupo", afirmou.
Na Venezuela, onde participa da Cúpula dos Países da América do Sul e África, o presidente Lula foi questionado sobre a situação, mas não quis fazer comentários. Ontem, o presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, sugeriu que poderia suspender a ordem de prisão contra Zelaya se ele sair da embaixada na condição de asilado político. "(Ele poderia sair) como asilado político ou respeitando as cortes", afirmou à "Associated Press", em referência aos 18 processos que o líder deposto responde na Justiça.
Zelaya já havia afirmado anteriormente que não pedirá asilo político e mantém sua determinação de ser restituído à Presidência, apoiado por movimentos de "resistência" e por grande parte da comunidade internacional. O governo de facto está convencido de que o líder hondurenho tem de ser submetido à Justiça e, com base na Constituição, nunca mais poderá voltar a seu posto.
Dura na condenação ao golpe de Estado de 28 de junho, a comunidade internacional tentou isolar Honduras, sem resultados. Há três meses no poder, o governo de facto resiste às pressões e retaliações de países e de organismos internacionais. Com as eleições agendadas para 29 de novembro, Micheletti espera obter o reconhecimento internacional da votação e manter-se no cargo até a posse do novo presidente, em janeiro.
A semana foi marcada por idas e vindas na tentativa de diálogo. Na quarta-feira, o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter conseguiu de Micheletti o compromisso de receber o presidente da Costa Rica, Oscar Árias, e o vice-presidente do Panamá, Juan Carlos Varela. A outra tentativa partiu de quatro dos seis candidatos à Presidência, todos coniventes com o golpe de Estado e agora ansiosos em garantir a legitimidade da votação de novembro. Na quinta-feira, eles conseguiram de Micheletti o compromisso de diálogo com Zelaya. No dia seguinte, porém, Micheletti desistiu das duas propostas. A jornalistas brasileiros, condicionou sua renúncia à desistência de Zelaya de voltar ao poder
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