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25 de novembro de 2009

Pesquisa mostra que metade da população jovem já presenciou ações de violência policial

Um levantamento feito pelo Instituto Datafolha para compor o Projeto Juventude, desenvolvido em conjunto pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Ministério da Justiça, revelou que, em 31 cidades de 13 Estados, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro, é expressiva a parcela da população jovem com alto grau de convívio com a violência.

Foram selecionadas as localidades onde existem ações do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci) e, do total do universo entrevistado, 5.182 jovens com idade entre 12 e 29 anos, quase 50% declararam já ter presenciado ações de violência policial. E 31% disseram ter facilidade para a obtenção de armas de fogo, 64% afirmaram que se sentem vulneráveis à violência e que, frequentemente, vêem pessoas armadas que não são policiais.

Para 11% dos jovens, o cenário de violência já faz parte da sua rotina e a grande maioria, 88%, respondeu que já viu corpos de pessoas assassinadas. Outros 8% já passaram pela experiência de ter pessoas próximas serem vítimas de homicídios.

Esses são alguns dados da pesquisa que mostram que o problema da violência “é muito sério”, segundo analisa o secretário-geral do Fórum, Renato Sérgio de Lima. Ele observou que os problemas estão mais concentrados nas regiões Norte e Nordeste e em determinadas localidades onde o quadro socioeconômico é mais baixo.

Outra pesquisa que faz parte do mesmo estudo indicou que 10 cidades, de um total de 266 mil com mais de 100 mil habitantes, têm um elevado grau de vulnerabilidade à violência e todas estão fora do eixo São Paulo- Rio de Janeiro.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que São Paulo não apareceu entre as mais violentas para o jovem porque "tem um sistema de segurança pública mais consolidado”. Ele também avaliou que muitos municípios paulistas desenvolvem ações no âmbito do Pronasci com um articulado regime de colaboração entre o estado e as prefeituras.

As duas pesquisas fazem parte de um do total de quatro módulos do Projeto Juventude, que deve ser concluído no ano que vem com o objetivo de mapear o grau de violência. O trabalho conta também com a parceria do Instituto Sou da Paz, do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas Para Prevenção ao Delito e Tratamento do Deliquente (Ilanud) e com a Fundação Estadual Sistema de Análise de Dados (Seade).

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