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23 de novembro de 2009

Lula já fala em dois palanques

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que as divergências entre PT e PMDB em alguns estados podem fazer com que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, tenha dois palanques regionais, durante sua campanha à Presidência da República, em 2010. A declaração do presidente foi dada ao deixar o local de votação das eleições internas do PT, na sede nacional do partido, no Setor Comercial Sul, onde esteve acompanhado da ministra e da primeira-dama, Marisa Letícia. Na disputa pelo comando do partido, estão o ex-senador José Eduardo Dutra - favorito - e os deputados José Eduardo Cardozo, Geraldo Magela e Iriny Lopes. Até às 23h de ontem, os números sobre a votação interna não haviam sido divulgados.

Segundo Lula, serão os novos dirigentes da legenda é que estarão à frente da campanha de Dilma e terão a responsabilidade de aparar as arestas regionais.

"O que é importante é que, se houver divergência na base aliada, nos estados, isso não seja impeditivo para a ministra Dilma ter dois ou mais candidatos", disse Lula. "É sempre difícil imaginar que um candidato ou candidata a presidente vá ao estado fazer comício em dois palanques diferentes." Em quase toda a entrevista, Lula demonstrou preocupação com as diferenças entre petistas e peemedebistas em algumas regiões. Hoje, as divergências ocorrem em pelo menos seis estados e no Distrito Federal. As mais difíceis de contornar são as de São Paulo, do Rio Grande do Sul e da Bahia.

"Não tenho mais ilusão quando se trata das disputas locais. Por mais que a gente oriente as pessoas que o que deve prevalecer é um projeto nacional, normalmente o que tem acontecido é que cada uma olha para o seu umbigo e prevalecem as questões dos estados", reclamou Lula. O presidente lembrou que isso ocorreu em 2006, durante a reeleição, quando ele teve dois palanques em Pernambuco, onde o PT disputava com o atual governador, Eduardo Campos, que é do PSB. "É sempre muito complicado, parece fácil colocar no papel, muito simples, mas na prática você não tem como fazer dois discursos, pedir votos para dois candidatos diferentes", disse o presidente.

Para Lula, o seu partido deverá disputar as eleições do próximo ano com mais maturidade em relação a campanhas passadas. "O PT está hoje muito mais preparado, muito mais calejado e mais senhor da situação gerencial de uma cidade, de um estado ou do país", disse Lula, que considerou que os erros de seu partido, durante os oito anos de governo, ocorrem em outros locais do mundo. "Não existe na história da humanidade, na história política e partidária do mundo, um partido que estando no poder não tenha cometido erros. Isso aconteceu no mundo inteiro, aconteceu no PT." Precisamos ter clareza de que os erros cometidos devem servir de ensinamento para que isso não ocorra outra vez."

Lula afirmou que caberá aos novos dirigentes do PT a condução das campanhas eleitorais do próximo ano, principalmente da ministra Dilma Rousseff. Tanto Lula quanto Dilma estariam propensos a votar no ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra. "Essa nova direção vai coordenar a campanha política e os trabalhos da companheira Dilma Rousseff. É importante que o partido faça agora e a gente comece o ano com uma direção bastante aquecida, disposta a ganhar", afirmou o presidente. Dutra disputou a eleição interna do PT com outros cinco candidatos.

Ontem, Dilma Rousseff defendeu a participação do ex-deputado José Dirceu e de outros petistas denunciados por causa do mensalão nas chapas que disputam o comando do diretório nacional. Segundo ela, o partido deve adotar a prática da presunção da inocência. Segundo a ministra, nenhum dos acusados de participar do esquema foi julgado ou condenado em definitivo pelo Supremo Tribunal federal (STF), o que impede a formação de qualquer juízo de valor. "Ninguém pode ser cassado a priori. Eu acho que nós demos um passo grande no Brasil, quando se compara a outros países do mundo, e dizemos que somos uma das maiores democracias do mundo", afirmou Dilma

O PT está hoje muito mais preparado e mais senhor da situação gerencial de uma cidade, de um estado ou do país

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

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