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30 de dezembro de 2009

Lula defende aliança para tentar evitar revés em S

"Antes a gente perdia as eleições porque o PT era metido a besta, não fazia aliança política e aí juntava mil vereadores contra nós e a gente sempre perdia", disse ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em tom de advertência aos caciques de sua agremiação em São Paulo. Na festa de inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na periferia de São Bernardo do Campo, diante de três mil pessoas da Vila São Pedro de céu fechado e ruas de terra batida, o presidente sugeriu parcerias com outros partidos para evitar novo revés do PT nas eleições estaduais, em 2010.

Lula apontou a experiência do petista Luiz Marinho - prefeito da cidade do ABC paulista onde o presidente despontou nos anos 70 como líder sindical - para reforçar a importância do pacto político. "Como Deus escreve certo por linhas tortas, o companheiro Marinho conseguiu se eleger (em 2008). Antes, a gente perdia as eleições porque o PT queria sair sozinho. Marinho, mais adulto e matuto, mais do interior, resolveu construir aliança política e foi procurar vários partidos que o ajudaram a elegê-lo. Deus deu sua ajuda, agora depende de nós."

Lula defende acordo entre seu partido e o PSB, de Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência, para disputar a sucessão paulista. Líderes repudiam a exclusão do PT da cabeça de chapa nas eleições estaduais. Mas o próprio Marinho indicou Ciro. Foi depois que Lula despediu-se. Para o prefeito, "PT metido a besta" é passado. "Em São Paulo trabalhamos fortemente para a configuração de uma aliança para disputar o ano que vem. Vamos esperar que o PT tenha a felicidade de costurar essa aliança. Eu enxergo a possibilidade da maior aliança da história do PT no Estado", disse. "Uma possibilidade é com Ciro na cabeça da chapa."

Na abertura da UPA - rede pública de saúde com repasse de R$ 2 milhões da União - Lula afirmou que por muitos anos São Bernardo recebeu menos investimento. "O prefeito que estava aqui parece que não gostava de trabalhar com o governo federal. É bobagem, não tem nada mais ignorante. Um prefeito não pode ficar brigando com o governador que não pode brigar com o presidente e o presidente não pode brigar com o governador. Você não pode deixar de dar comida para um porco porque você não gosta do dono do porco", disse Lula no palanque montado ao lado do prédio da UPA, todinho pintado de branco para a ocasião.

Ao presidente fizeram companhia Pombinha, líder comunitário, Márcia Bassit, ministra interina da Saúde, e o vice-governador Alberto Goldman, ali em nome de José Serra (PSDB), além do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e seu vice, Pezão, sapatos 48. Ele atribuiu a Cabral a criação desse tipo de serviço na saúde, por isso convidou-o. Ao anunciar que a Caixa bate recordes de construção da casa própria, enalteceu até o general João Figueiredo, no governo de quem foi encarcerado por 32 dias, em 1980. "A história a gente não pode negar, foi no governo do presidente Figueiredo que a Caixa mais construiu."

A Marinho ofereceu o Tesouro. "Eu disse para o Marinho. Pega os principais problemas de São Bernardo e aproveita esses dois anos para a gente fazer. Meu querido Marinho, Deus queira que a gente possa até março inaugurar outras três UPAs."

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