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14 de dezembro de 2009

Aos tucanos, as batatas



Os colunistas da Folha estão desesperados. Todos os dias, eles escrevem artigos desesperados, com recados diretos ao tucanato. Algo do tipo" Façam alguma coisa, se não, Dilma ganha" Veja a matéria publicada hoje para os assinantes;

Faltando 17 dias para acabar o ano, PT e PSDB esperam as últimas pesquisas de 2009 para conhecer o impacto eleitoral dos programas que ambos exibiram recentemente na TV. É possível que a dianteira de José Serra, até hoje uma constante, não tenha sido abalada, mas os tucanos devem ter muito com que se preocupar. Consolida-se no meio político a percepção de que o governo entra em 2010 muito fortalecido -como favorito?

São três, em resumo, os fatores que projetam uma sombra de dúvidas sobre a liderança tucana: a alta popularidade de Lula, as previsões de crescimento substantivo para o próximo ano e as realizações do governo na área social, contra as quais a oposição não terá muito o que dizer sem passar vexame.

No PT, as interrogações se voltam para a capacidade que terá a candidata Dilma Rousseff de associar sua imagem à do Papai Noel que Lula se tornou. Já entre os tucanos, a dúvida é de outra ordem: o que dizer? O que defender? Como enfrentar o lulismo?


Ao PSDB não falta candidato -aliás, há dois, o que a essa altura já se tornou um problema. Falta, antes, uma candidatura com pauta convincente. A troca de elogios entre Serra e Aécio no jogral da TV pode ser interpretada (psicanaliticamente) como sintoma de algo assim: toma, que essa batata é sua.

O que resta à oposição? Além de aplaudir Lula e repetir que Dilma não é Lula, talvez restem as bandeiras da direita: o medo da violência urbana, a grita contra os impostos, a defesa da eficiência administrativa, a crítica ao gasto público e ao aparelhamento do Estado e por aí vai. Não parece muito animador.

Em 2006, quando o mensalão ainda estava fresco, Alckmin iniciou cheio de energia, prometendo decência e choque de gestão. Acabou humilhado, vestindo uma jaqueta coalhada de símbolos de estatais. Agora, com o DEM nu, ficou ainda mais difícil encontrar um modelito udenista para vestir a oposição no baile de 2010.

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