A Igreja São Pedro e São Paulo, no Morumbi, está com a agenda de casamentos lotada até 2009. Para casar lá, gasta-se, pelo menos, R$ 9.000, entre aluguel da paróquia, coral e flores. Mesmo assim, diz o arquiteto Carlos Bratke, autor do projeto da igreja, o toldo por onde passam as noivas para subir ao altar dá "um ar de pizzaria" ao local. A iluminação interna, avalia, é "uma afronta ao bom gosto, para não falar das toscas imagens e esculturas que a povoam".
Bratke se refere às novas obras da igreja, feitas nos últimos anos e não previstas no projeto original, de 1968. A última delas foi a instalação de um sistema de ar-condicionado -"porque as noivas reclamavam do calor"- com dois dutos centrais no teto. "Ficou tudo exposto. Eu vim aqui e ainda fiz uma sanca para esconder [os dutos]. Mas, do lado de fora, parece uma casa de máquinas."
Segundo ele, a proposta era que a igreja fosse recheada de obras de arte: Marc Chagall faria os vitrais; José Resende desenharia um céu para a parede; Wesley Duke Lee e Carlos Fajardo iriam colaborar com o projeto. "Mas tinham pressa em inaugurar e isso ficou pra depois", diz Bratke. Acabou que Marc Chagall não fez os vitrais e os que estão na igreja, diz ele, "são infantis". "É tudo gambiarra! Coisa de caipira! Cai-pi-ra! Coisa de padre do interior!"
O arquiteto também se queixa da "cruz fosforescente" no alto da igreja, que nunca teve instalados os sinos previstos no projeto original. "Me coloco à disposição, projeto de graça, sei lá. Só não dá pra ficar assim, tudo meio brega." A Cúria da arquidiocese local diz que a paróquia tem autonomia e responsabilidade sobre as obras.
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