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20 de outubro de 2009

Aqui tem dedos e mão do tucano

A Polícia Federal investiga o desvio de 247 cartões de programas de transferência de renda do governo federal, entre eles o Bolsa Família, encontrados às margens do Córrego São Joaquim, em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O material foi apreendido na noite de sábado por policiais militares. A suspeita é de que tenha sido descartado por alguém que sacou dinheiro de benefícios sociais indevidamente e tinha o objetivo de receber mais. Nenhum responsável foi preso ou identificado.

Os policiais militares, acionados por um denunciante anônimo, localizaram os cartões num local ermo, nos fundos de uma empresa, nas proximidades da BR-381. Duzentos e sete eram do Bolsa Família e 36 da Caixa Econômica Federal (normalmente usados para consulta e recebimento de FGTS, PIS e outros benefícios).

Mais quatro eram do Bolsa Escola, programa extinto há seis anos, com a criação do Bolsa Família. Estavam num envelope com o timbre da prefeitura de São Joaquim de Bicas e o nome de uma escola daquela cidade.

O colégio justificou que apenas repassa os dados sobre a frequência dos alunos à Secretaria de Assistência Social de São Joaquim de Bicas. O órgão municipal, por sua vez, informou que um pedido de investigação foi encaminhado à polícia.

Os cartões estavam em bom estado, com o nome e o número dos beneficiários.

Muitos foram emitidos em 2006 e 2007.

- Certamente, alguém usou e depois jogou fora. A prioridade é saber por que fez isso, quem recebeu o dinheiro e se o recebimento foi regular - afirmou o cabo Ronildo Eufrásio Nepomuceno, um dos responsáveis pela ocorrência, acrescentando que os cartões podem estar em nome de "laranjas".

O caso ficará sob responsabilidade da PF porque os programas são federais. Ontem mesmo foi aberto inquérito na Superintendência de Minas, em Belo Horizonte. O material foi enviado à perícia, que verificará se os cartões são verdadeiros, estão em condições de uso e foram, de fato, usados para receber benefícios.

Consultado, o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome informou que vai aguardar notificação para se pronunciar.

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