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24 de fevereiro de 2010

Prefeitura gasta menos com limpeza de córregos

No mês passado, o janeiro mais chuvoso dos últimos 60 anos, foram gastos R$ 8,2 milhões com a retirada de lixo e serviços de manutenção de córregos. No mesmo período do ano passado, a administração investiu R$ 38 milhões



As 31 subprefeituras de São Paulo gastaram, em janeiro deste ano, um quinto do que foi investido no mesmo período do ano passado com limpeza e manutenção dos córregos e galerias da cidade. Foram R$ 8,2 milhões no mês passado, o janeiro mais chuvoso dos últimos 60 anos, contra R$ 38 milhões no de 2009, queda de 78,5%.

O cidadão não tem condições de avaliar o que foi feito em cada uma das subprefeituras. O acompanhamento feito pelo site da Prefeitura, que mostra o relatório de execuções orçamentárias - e os gastos divididos por sub-regiões - não traz dados corretos de 13 subprefeituras (veja quadro), de acordo com a própria gestão Gilberto Kassab (DEM). A Prefeitura alega que essas subprefeituras não tiveram tempo de colocar o investimento na limpeza dos córregos no relatório de janeiro, o que pode ser feito neste mês, e que, mesmo nas regiões em que o valor investido é igual a zero até 31 de janeiro, os serviços foram feitos.

Por conta do mesmo motivo, o morador da capital também não consegue saber se a limpeza feita em cada região foi completa, com ações tanto no leito (limpeza manual) quanto na margem (limpeza mecânica) dos córregos. Segundo o relatório, apenas nove subprefeituras fizeram as duas limpezas (veja quadro ao lado).

Entre as subprefeituras que já atualizaram os gastos, a de M’Boi Mirim, na zona sul, por exemplo, teve queda de quase 50% nos serviços. Foram R$ 590 mil neste ano, contra R$ 1 milhão em janeiro de 2009. No ano passado, o dinheiro reservado para a limpeza dos córregos no orçamento estava junto aos gastos de limpeza das galerias pluviais, por exemplo. Neste ano, a Prefeitura separou as atividades na hora de informar a população. Na soma dos serviços, o investimento da Prefeitura ficou cinco vezes menor neste ano.

Os córregos foram responsáveis por algumas das 77 mortes ocorridas no Estado, desde 1º de dezembro do ano passado, por conta das chuvas. Ao todo, apenas na capital, foram 19 mortes. Uma dessas vítimas foi Beatriz Pires da Silva, de 69 anos. Há um mês, em um dos braços do Córrego Pirajuçara, no Butantã, ela foi arrastada por um córrego que transbordou. A Subprefeitura do Butantã é uma administrações que estão com gasto zero até o dia 31 de janeiro no relatório.

Tietê e Pinheiros

O engenheiro Júlio Cerqueira César Neto, do Instituto de Engenharia, afirma que o principal problema dos córregos é que eles têm vazão mais rápida do que os rios Tietê e Pinheiros. Por isso, os resíduos vão para os grandes rios e ajudam a sedimentá-los, aumentando o assoreamento. “Eles jogam tudo (resíduos sólidos) no Tietê”, diz. Segundo o engenheiro, isso transforma o problema local em um transtorno para toda a cidade. César Neto diz ainda que a limpeza nos córregos deve se concentrar na sujeira visível, como restos de móveis, porque esses materiais têm capacidade de represar a água na região do córrego e causar transbordamentos, prejudicando a população que vive em suas margens.




CPI DAS ENCHENTES

A Câmara Municipal aprovou ontem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPIs) para investigar ações da Prefeitura na prevenção das enchentes

A CPI das Enchentes vai investigar o sistema de manutenção e limpeza de bueiros, bocas-de-lobo, galerias e piscinões

O objetivo é estabelecer um padrão mínimo de manutenção, com quantidade de equipes, método de trabalho e periodicidade da limpeza para evitar os constantes alagamentos e inundações

Também serão analisados os contratos com as empresas de limpeza urbana

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