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20 de agosto de 2010

Serra amarga semana ruim e campanha tucana beira à crise

Três sucessivos resultados desfavoráveis nas pesquisas de intenção de voto foram suficientes para levar a discórdia ao ninho tucano e empurrar a campanha de José Serra para uma crise só comparável à provocada pela escolha de Índio da Costa para a vaga de vice. Faltando um mês e meio para o três de outubro, aliados já omitem a figura de Serra nos programa de rádio e tv nos estados, e criticam a postura do candidato e do comando da campanha.

A divulgação dos resultados de diferentes pesquisas acabou firmando a noção de queda rápida e acentuada do candidato em relação à adversária petista, Dilma Rousseff, embora ainda falte mais de um mês até a eleição. Assim, primeiro foram os 8 pontos do Datafolha, depois, os 11 do Ibope e em seguida os 16 do Vox Populi – a sequência de maus resultados em poucos dias acabou colhendo Serra às vésperas da estréia da propaganda eleitoral.

Para piorar: em estados estratégicos para o tucano, importantes aliados preferiram não incluí-lo em seus programas de estréia, enquanto os aliados de Dilma tiveram atitude oposta. Serra só contou com uma citação rápida no programa de Alckmin, em São Paulo, e teve de se contentar com uma aparição breve de sua imagem em clip da campanha de Anastasia, nas Minas Gerais de Aécio Neves, que tirou o corpo fora: “As eleições terão absoluta lealdade e cooperação. Agora, o voto quem decide é o eleitor” – declarou o ex-governador.

Serra foi ainda afetado por erros estratégicos e de marketing: dosou mal a agressividade contra Dilma e o PT; e forçou uma imagem de homem do povo num programa de tv com recursos demasiado artificiais, como a favela-cenário.

Para fechar a semana, um dos aliados mais problemáticos de Serra, o deputado cassado Roberto Jefferson, do PTB, cujo apoio tem motivado duras cobranças éticas ao tucano, resolveu atirar. Jefferson, um especialista em sobrevivência política - que, no entanto, não escapou do escândalo do mensalão que ele mesmo deflagrou - agora já sente o cheiro da derrota. Em seu blog, escreveu, com a clareza de sempre: “se a oposição não se unir, vai perder, e feio (aliás, nem Cristo venceria...)! E o Serra é o responsável pela nossa dispersão; não o conheço, nunca me reuni com ele, apoiei sua candidatura a pedido do Geraldo Alckmin”.

A dureza da declaração de Jefferson é desproporcional à defesa que Serra tem feito da aliança com o PTB, e leva a deduzir que o que se diz em público não é o mesmo do que se declara em privado.

Roberto Jefferson fez de novo. Ele, que provocou a crise da revelação precipitada do vice, constrangendo o escolhido, Álvaro Dias, e levando o DEM a impor Índio da Costa. Com um aliado desses, Serra nem precisa de adversário.Da Christina Lemos

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