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23 de abril de 2010

Ciro sai e quem ganha é Serra

O comando nacional do PSB deu ontem ao deputado Ciro Gomes (CE) a saída política honrosa que ele desejava para que o partido possa abandonar sua candidatura presidencial sem provocar crise interna na legenda. Em reunião com dirigentes do partido – o presidente Eduardo Campos, governador de Pernambuco, e o vice-presidente, Roberto Amaral –, Ciro reafirmou sua intenção de disputar o Planalto, mas ouviu que o PSB prefere não ter candidato próprio. Então, ficou combinado com Ciro que a proposta de candidatura será submetida aos diretórios regionais e discutida na próxima terça-feira, na reunião da Comissão Executiva Nacional. A maioria dos diretórios prefere apoiar a aliança em torno da petista Dilma Rousseff e selará a retirada do nome de Ciro da disputa. A medida atende, até mesmo, o desejo do presidente Lula, que quer o PSB coligado com o PT. O processo, no entanto, dará a Ciro o discurso de que sua saída foi uma decisão tomada pela maioria do partido, e não por interferência de Lula.

Sucessão. Durante encontro em Brasília, comando do partido combina com deputado que proposta de candidatura presidencial será formalmente submetida aos diretórios regionais da legenda, que são em sua maioria favoráveis ao apoio à petista Dilma Rousseff



O comando nacional do PSB deu ontem ao deputado Ciro Gomes a saída política honrosa que ele desejava para que o partido possa abandonar definitivamente sua candidatura presidencial sem provocar uma crise interna na legenda.

Em reunião com o presidente do partido e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e com o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, ficou combinado com Ciro que a proposta de candidatura presidencial será submetida aos diretórios regionais da legenda e discutida na próxima terça, na reunião da Comissão Executiva Nacional.

A maioria dos diretórios regionais vai declarar apoio à proposta de aliança em torno da petista Dilma Rousseff e selará a retirada de candidatura de Ciro. A manobra atende ao desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que quer o PSB coligado oficialmente ao PT.

Mas, mesmo sendo derrotado nessa consulta formal, o processo de apuração da opinião dos integrantes do PSB dará a Ciro o discurso de que sua saída da disputa foi decisão tomada pela maioria e não um sinal de interferência externa de Lula ou falta de prestígio interno.

Até lá, o deputado manterá o discurso de que pretende, sim, concorrer ao Planalto. Na noite de ontem mesmo, Ciro divulgou nota oficial afirmando que jamais desistirá da candidatura presidencial, como chegou a ser divulgado durante a tarde.

No texto, ele negou que tenha retirado sua candidatura à Presidência da República. Ciro afirmou que continua candidato, que considera sua postulação importante para o PSB e para o País, e que jamais desistirá de concorrer ao Planalto.

A reunião de ontem foi provocada pelas críticas públicas feitas por Ciro ao PSB, cobrando uma posição sobre a candidatura presidencial e reclamando que o partido precisava pensar grande para poder crescer.

Alianças. Na conversa, Ciro reafirmou sua disposição de disputar a eleição presidencial. Ouviu dos dirigentes que a maior parte do PSB prefere não ter candidatura própria para facilitar a montagem das alianças regionais, unificando seus palanques com o PT, na maioria dos casos. O partido terá candidatura própria ao governo em dez Estados.

Oficialmente, Campos diz que a decisão sobre a candidatura presidencial ainda será tomada. Na prática, porém, a candidatura de Ciro nunca foi levada a sério dentro do partido. O PSB, por exemplo, nunca procurou qualquer partido para tentar formatar uma aliança que garantisse maior tempo de propaganda eleitoral gratuita na televisão e no rádio para Ciro. Também nunca concebeu uma agenda de eventos para que o deputado federal pudesse divulgar sua pré-candidatura, como têm feito Dilma e José Serra (PSDB).

De acordo com Eduardo Campos, Ciro concordou com a proposta de consulta aos diretórios. "Ele disse que mantém o desejo de representar o PSB. Temos Estados que vão na mesma linha e outros que não entendem assim. Como presidente do partido, meu dever é unificar essa posições e preservar a unidade interna do PSB", disse Campos.

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