Depois de pedir cautela com a biografia do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e até se reunir com ele num ato de solidariedade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender o parlamentar. Em entrevista à Rádio Tupi, no Rio de Janeiro, onde esteve ontem lançando obras do PAC ao lado do governador Sérgio Cabral e do prefeito, Eduardo Paes, ambos do PMDB, Lula usou tom firme. Exigiu apuração das denúncias, mas rechaçou qualquer tentativa de derrubada de Sarney do cargo. O presidente apontou o cronograma de execução do PAC como positivo, mas não deu estimativa de quantas das ações previstas no megaprograma seu governo conseguirá entregar. Lula criticou a burocracia que atrasa as obras, falou de futebol, da falta de privacidade como presidente e destacou planos de continuar na política. Confira os principais pontos.
Críticas ao PAC
Os meus críticos certamente não fizeram obras. Eles não sabem a dificuldade de fazer. Hoje, entre você pensar, fazer o projeto executivo, o licenciamento prévio, a licitação e começar a obra, às vezes leva três anos. Demora de seis meses a um ano para conseguir o licenciamento. Quando você faz uma licitação, a empresa que perde entra na Justiça para impugnar a seleção. Aí são meses de briga na Justiça. Quando está tudo pronto, aparece alguém do MP (Ministério Púbico) que entra com uma ação. No Brasil, há poucos para construir e muitos para proibir que você construa. Então, demora.
Crise do Senado
Eu defendo que haja um processo, uma apuração correta, e depois um julgamento correto. Se a pessoa for culpada, paga pelo crime que cometeu. Veja o Sarney. Ele pediu investigação da Polícia Federal sobre o filho dele, pediu para a Fundação Getulio Vargas um estudo da questão do Senado para criar um novo gerenciamento da Casa. Até agora, tomou as medidas que tinha de tomar. Temos que esperar a investigação, porque se acharmos que as pessoas têm que ser condenadas pela manchete de um jornal, ninguém faz mais nada neste país. Eu defendo para mim, defendo para você e para a pessoa mais humilde que está nos ouvindo. Eu quero um julgamento correto, quero que haja investigação. O que não quero é o oba-oba do denuncismo.
Processo de cassação
Se a gente não toma cuidado, a gente vai eleger o prefeito e o governador e, no dia seguinte, você derruba eles (sic). O que quero é justiça. (…) O Senado tem instrumentos. Já cassou o ACM, o Jader Barbalho, o Arruda, tirou o Renan da presidência da Casa. O que não dá é para as pessoas acharem que você pode trocar um presidente de uma instituição todos os dias. É menos que apoiar um homem, é apoiar a instituição.
Sem intermediários
Uma coisa importante é que o povo brasileiro hoje já não precisa mais de intermediário para fazer sua compreensão política. Aquele negócio de formador de opinião pública caiu por terra. Aparecer um cidadão todo engravatadinho na televisão às 22h, dando palpite, achando que aquilo vai mudar a cabeça das pessoas, acabou. O povo tem rádio, mais alternativas de jornal, internet. O povo está esperto, estudando, comendo mais. E percebe pelo olho quando a pessoa está mentindo ou contando a verdade.
Fim de mandato
Quando terminar o mandato, quero voltar à vida normal. Encontrar os amigos. (…) Quando estou em casa, gosto de pescar. Criamos peixes lá dentro do Alvorada. Tenho pintado de 30 quilos, de 20 quilos, pacu de 12 quilos (…). Eu agora estou lendo o novo livro do Chico (Buarque), Leite derramado. Então, passo um pouco da noite lendo. E vejo televisão. Quanto mais bobagem, melhor. Quero limpar a cabeça. Todos os ministros sabem que não devem me ligar depois das 22h para dar notícia ruim. E não gosto que me liguem no fim de semana.
Depois da presidência
Devo muito o que sou à Marisa, à personalidade dela, à dedicação dela para cuidar dos meus filhos. Quero sossego. Vou deixar a presidência com 65 anos. Aos 65 anos, tenho consciência de que o tempo pela frente é infinitamente menor que o tempo que eu tive para trás. Então, tenho que melhorar a qualidade de vida. O que não vou deixar de fazer é política. Vou continuar, mas fazendo outras coisas.
Críticas ao PAC
Os meus críticos certamente não fizeram obras. Eles não sabem a dificuldade de fazer. Hoje, entre você pensar, fazer o projeto executivo, o licenciamento prévio, a licitação e começar a obra, às vezes leva três anos. Demora de seis meses a um ano para conseguir o licenciamento. Quando você faz uma licitação, a empresa que perde entra na Justiça para impugnar a seleção. Aí são meses de briga na Justiça. Quando está tudo pronto, aparece alguém do MP (Ministério Púbico) que entra com uma ação. No Brasil, há poucos para construir e muitos para proibir que você construa. Então, demora.
Crise do Senado
Eu defendo que haja um processo, uma apuração correta, e depois um julgamento correto. Se a pessoa for culpada, paga pelo crime que cometeu. Veja o Sarney. Ele pediu investigação da Polícia Federal sobre o filho dele, pediu para a Fundação Getulio Vargas um estudo da questão do Senado para criar um novo gerenciamento da Casa. Até agora, tomou as medidas que tinha de tomar. Temos que esperar a investigação, porque se acharmos que as pessoas têm que ser condenadas pela manchete de um jornal, ninguém faz mais nada neste país. Eu defendo para mim, defendo para você e para a pessoa mais humilde que está nos ouvindo. Eu quero um julgamento correto, quero que haja investigação. O que não quero é o oba-oba do denuncismo.
Processo de cassação
Se a gente não toma cuidado, a gente vai eleger o prefeito e o governador e, no dia seguinte, você derruba eles (sic). O que quero é justiça. (…) O Senado tem instrumentos. Já cassou o ACM, o Jader Barbalho, o Arruda, tirou o Renan da presidência da Casa. O que não dá é para as pessoas acharem que você pode trocar um presidente de uma instituição todos os dias. É menos que apoiar um homem, é apoiar a instituição.
Sem intermediários
Uma coisa importante é que o povo brasileiro hoje já não precisa mais de intermediário para fazer sua compreensão política. Aquele negócio de formador de opinião pública caiu por terra. Aparecer um cidadão todo engravatadinho na televisão às 22h, dando palpite, achando que aquilo vai mudar a cabeça das pessoas, acabou. O povo tem rádio, mais alternativas de jornal, internet. O povo está esperto, estudando, comendo mais. E percebe pelo olho quando a pessoa está mentindo ou contando a verdade.
Fim de mandato
Quando terminar o mandato, quero voltar à vida normal. Encontrar os amigos. (…) Quando estou em casa, gosto de pescar. Criamos peixes lá dentro do Alvorada. Tenho pintado de 30 quilos, de 20 quilos, pacu de 12 quilos (…). Eu agora estou lendo o novo livro do Chico (Buarque), Leite derramado. Então, passo um pouco da noite lendo. E vejo televisão. Quanto mais bobagem, melhor. Quero limpar a cabeça. Todos os ministros sabem que não devem me ligar depois das 22h para dar notícia ruim. E não gosto que me liguem no fim de semana.
Depois da presidência
Devo muito o que sou à Marisa, à personalidade dela, à dedicação dela para cuidar dos meus filhos. Quero sossego. Vou deixar a presidência com 65 anos. Aos 65 anos, tenho consciência de que o tempo pela frente é infinitamente menor que o tempo que eu tive para trás. Então, tenho que melhorar a qualidade de vida. O que não vou deixar de fazer é política. Vou continuar, mas fazendo outras coisas.
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